Você sabe qual é a diferença entre robôs, andróides e ciborgues? Já pensou que estamos vivendo uma relação com as máquinas tão próxima que a distinção do que é tecnologia e humanidade vai ficando mais difícil? O que será que temos a ganhar com isso?
Assista ao comentário de Patricia Travassos no Globonews Em Ponto:
Para começar nossa reflexão, pensa no celular. O smartphone passa 24 horas por dia na nossa mão. Eles se transformaram numa extensão do nosso braço mas, como “seres pensantes”, devemos transformá-lo na extensão do nosso cérebro, de modo a aumentar as nossas capacidades (de comunicação, potência e memória) e facilitar a nossa vida.
É nisso que acredita o cientista do Centro de Biônica Extrema do MIT, Hugh Herr. Ele esteve no Brasil para participar do HSM Expo Management 2019 e me deu uma entrevista.
Herr sofreu um acidente enquanto fazia uma escalada, aos 17 anos de idade. Acabou perdendo as duas pernas. Mas para surpresa de todos, com a prótese que ele criou, hoje ele não só caminha normalmente (a prótese obedece aos seus comandos neurais) como ele conseguiu voltar a escalar ainda melhor do que antes.
Ele adapta os pés da prótese de acordo com o tipo de escalada que ele precisa fazer e pode estender a própria altura para alcançar até 3 metros – altura que obviamente ele não tinha antes.
A conclusão dele é que, quando perfeitamente integrado à tecnologia, o homem pode performar melhor. Os grandes desafios são a adaptação perfeita em termos elétricos, mecânicos e dinâmicos. Mas quando é possível ligar o nosso cérebro a um computador, nossa humanidade é, sem dúvida, aumentada.
Os estudos relacionados ao desenvolvimento de próteses para deficientes ou para compensar paralisias estão avançados. Para se ter uma ideia, o próximo passo, para Hugh Herr, é que as pessoas que usam as próteses sejam capazes de sentí-las como parte do corpo mesmo! Não só em relação à identidade, mas no sentido da sensibilidade mesmo.
Agora, o cientista também está desenvolvendo dispositivos para pessoas que não possuem nenhuma deficiência aumentarem suas capacidades.
É uma espécie de exoesqueleto que facilita a caminhada: impulsiona a velocidade e permite saltar mais alto, por exemplo. Nos caso de profissionais de segurança ou de pessoas que precisam caminhar longas distâncias, a ideia é reduzir a fadiga e permitir mais eficiência.
Segundo o Hugh Herr, sabe aquela sensação de caminhar na esteira rolante, que parece que estamos andando nas nuvens? Então, tem até projeto de sapatos de salto alto tornando isso possível. Por enquanto, esses itens não estão no mercado, mas não devem tardar.
Limites entre a máquina e o homem
Os limites entre homem e máquina estão ficando cada vez mais sutis.
E respondendo à questão feita no início do texto:
Os robôs são máquinas programadas para realizar atividades de precisão, obedecendo a algoritmos ou atualmente a redes neurais capazes de aprender e evoluir com o tempo;
Os androides são robôs que têm formato de gente;
E os ciborgues são pessoas que têm suas capacidades aumentadas na interação com máquinas. E essa interação entre biologia e tecnologia está cada vez mais real.
Assista à entrevista completa no Prosa Talks:
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