Por Clovis Travassos
Desde que a internet começou a fazer parte das nossas vidas, muita coisa mudou na forma como nos relacionamos com as pessoas e fazemos negócios. As novas tecnologias passaram a estar cada vez mais presentes na nossa vida.
Na última década, as inovações tecnológicas importantes começaram a ser incorporadas aos produtos e serviços. Inteligência artificial, IoT, realidade virtual, algoritmos, big data, entre outras tecnologias começaram a fazer parte do nosso cotidiano. E tem sido cada vez mais frequente ver num único produto a utilização de várias tecnologias de maneira combinada.
A convergência destas novas tecnologias tem deixado alguns modelos de negócio tradicionais obsoletos do dia para a noite. Temos testemunhado o nascimento de startups criadas a partir de um propósito transformador, comunidades associadas ao seu propósito, novas tecnologias e muita agilidade para desafiar grandes empresas tradicionais. São as “Organizações Exponenciais”.
Organizações Exponenciais
Alguns exemplos já são bastante conhecidos e, muitos deles, estão mais do que incorporados na nossa rotina: Amazon, Google, Whatsapp, Airbnb, Netflix, Uber, Instagram, Booking, Rappi, WeWork, Yellow, Waze, TripAdvisor, Nubank, etc. Quase todas estas empresas tem cerca de 10 anos de vida e já são negócios extraordinários. Em muitos casos, decretaram o fim de negócios tradicionais ou fizeram com que eles se transformassem para sobreviver.
Oportunidades (ou ameaças) exponenciais
E o sucesso do passado não garante o futuro! O ritmo das inovações é tão intenso que tem sido cada vez mais difícil para as empresas manterem suas lideranças. Além disso, as pessoas estão mais abertas à inovação e o tempo de adoção das novas tecnologias tem caído acentuadamente. Tudo está mudando…as pessoas aceitam as mudanças rapidamente…e tudo acontece muito rápido! Dependendo do lado que você está, o cenário pode ser de enorme oportunidade (startups) ou de tremenda ameaça (corporações tradicionais) para o futuro da sua empresa.
Tecnologias disruptivas
A disrupção é causada pelas Organizações Exponenciais e vem em uma série de etapas. Novas combinações de tecnologias surgem e viabilizam o surgimento de novos produtos e serviços melhores e mais baratos.
Para lidar com todas estas mudanças os executivos precisam se familiarizar com as novas tecnologias que viabilizam a disrupção e que resultam em crescimento exponencial. Destacamos algumas tecnologias disruptivas:
- Internet das Coisas (IoT): Ao longo dos próximos anos, tudo estará conectado e permitirá que dados sejam medidos o tempo todo;
- Big Data: algoritmos serão cada vez mais capazes de tomar decisões baseadas na Inteligência artificial, ciência de dados e analytics. Isso também poderá causar importantes transformações no perfil das profissões que conhecemos atualmente;
- Realidades virtuais e aumentadas: o uso desta tecnologia abrirá inúmeras oportunidades transformadoras para a indústria da saúde, do transporte, etc;
- Inteligência Artificial e Machine learning: as máquinas estão sendo capazes de aprender rapidamente a partir de milhares de dados e informações coletadas, armazenadas e correlacionadas;
- Impressão 3D: a impressão em 3D já viabiliza a eliminação dos estoques, o barateamento do reparo de equipamentos e aplicações na área da saúde;
- Mobilidade: carros autônomos e compartilhados já começam a circular experimentalmente e é questão (de pouco) tempo para estarem circulando pelas cidades;
- Blockchain: novos meios de pagamento estão provocando uma grande mudança. Cada vez mais pessoas fazem pagamentos com suas carteiras digitais.
Estes são apenas alguns exemplos de tecnologias transformadoras que já estão fazendo com que a transformação digital seja cada vez mais uma realidade.
Como estimular a inovação nas grandes empresas?
A inovação está no DNA das startups que desde sempre acreditam no lema “inovar ou morrer”. Mas, como lidar com a inovação quando você lidera uma grande, tradicional e bem sucedida corporação?
Grandes empresas são focadas em buscar eficiências e tem compromissos em entregar resultados trimestrais para seus acionistas. Além disso, normalmente são líderes em suas indústrias e tem motivos de sobra para acreditar que a ameaça das startups pode não chegar a incomodá-las. Fatores como estes podem fazer com que os “sinais de alerta” demorem a ser percebidos.
Criar um departamento de inovação pode ser um primeiro passo. Ocorre que existem tantas iniciativas simultâneas acontecendo em lugares como o Vale do Silício, China, Israel, Índia e até mesmo em pólos de inovação no Brasil que este modelo já não tem sido capaz de abastecer as empresas com a quantidade de novidades e tecnologias que surgem diariamente.
Grandes empresas tem procurado implementar modelos de aproximação com startups. Neste caso, o objetivo é conviver, observar e estimular que empresas extremamente ágeis, capazes e criativas possam trazer soluções inovadoras que façam com que as grandes corporações sobrevivam e se mantenham à frente de seus negócios.
Por onde começar?
Normalmente não acredito em listas de 5 passos ou em receita de bolo para lidar com problemas complexos como este. Acho que cada mercado/indústria, cada empresa tem particularidades que merecem análises individuais. Talvez o primeiro passo seja reconhecer que o seu negócio precisa mudar agora e não daqui a 5 anos. Não basta incluir a tecnologia nas áreas de TI e Marketing. É preciso que todos os processos da empresa sejam digitais e sejam pensados para gerar a experiência que os novos consumidores esperam.
Coloque a “transformação digital” no seu radar e acompanhe iniciativas de empresas que já estão lidando com o tema. Elabore a sua estratégia para lidar com toda esta transformação. Faça com que a nova era digital seja uma oportunidade e cuide para que ela não seja uma ameaça com potencial de destruir a sua empresa.
Clovis Travassos é sócio e Diretor Executivo da Prosa Press. A Prosa Press é especializada na criação de conteúdo. Concentramos nossas pesquisas em temas relacionados à Transformação Digital. O Projeto Viver 4.0 foi criado para mostrar como a tecnologia influencia o nosso comportamento. Organizamos os assuntos de nossa pesquisa nas diferentes fases da vida (Ex.: nascer, crescer, aprender, envelhecer, morrer – ou não morrer mais) e nos momentos do nosso dia-a-dia (acordar, comer, ir e vir, dormir, etc).
