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Impressão 3D promete transformar mercados

Por Patricia Travassos

Há quem diga que o futuro vai sair de uma impressora 3D!!

E há fortes indícios de que isto já está acontecendo. O uso dessa tecnologia vem crescendo de forma acelerada motivada pela combinação de dois fatores fundamentais:

  1. A disponibilidade gratuita de projetos de design (que servem de “matriz” para a impressão)
  2. Barateamento das impressoras. (A partir de R$ 2mil já é possível comprar uma impressora).

O que já está sendo feito por aí?

Em fase de pesquisa e desenvolvimento, ainda fora do mercado comercial, é possível encontrar de tudo, em todos os setores:

  • Alimentação: de pizza a “bifes vegetais” que imitam a textura e a consistência da carne bovina. Já a suculência parece deixar um pouco a desejar… Confira no vídeo abaixo:  
  • Na indústria:  da complexidade de peças automotivas ou até mesmo aeronáuticas, agilizando a manutenção e a reposição de peças com precisão e alta resistência de materiais.
  • Na construção civil: normalmente, algumas peças da obra são pré-fabricadas com a ajuda da impressora 3D. Mas olha o que uma empresa russa fez: construiu uma casa inteira, da fundação ao acabamento, em apenas 24 horas! São 38 metros quadrados que custaram cerca de 10 mil dólares para serem impressos com tudo o que se tem direito – todos os materiais, como paredes, janelas, isolamento térmico, acústico, mão de obra. Imagine, gastar 275 dólares por metro quadrado? Poderia ser o fim de sérios problemas de habitação:
  • Na saúde: a previsão é de que em 2040 possamos imprimir órgãos humanos a partir da nossa própria célula tronco, evitando rejeição. Mas, bem antes disso, devem chegar ao mercado as pílulas personalizadas, como suplementos vitamínicos que poderão ser impressos na medida das necessidades de cada pessoa.

Impressão 3D transformando vidas

No Brasil, o efeito mais interessante da impressão 3D que já está acontecendo e eu gostaria de destacar é menos sobre tecnologia e mais sobre humanidade.

Uma verdadeira comunidade de voluntários está se unindo em torno da possibilidade de imprimir próteses de mãos e braços em impressoras 3D. São pessoas como o engenheiro Eduardo Gomes que já imprimiu e doou cerca de 30 próteses infantis.

A impressão 3D possibilita que, em cerca de 20 horas, seja produzida uma prótese, sob medida, por um custo de cerca de 100 reais.

Duas associações estão viabilizando isso no Brasil: a E-nable Brasil e a Associação Dar a Mão, que foi criada em 2015 pela mãe da menina Dara, no norte do Paraná. Ela nasceu sem uma das mãozinhas e motivou a mãe a buscar uma solução.

Eu conversei com o Everton Lins, representante da E-nable Brazil, e ele me contou que, no método convencional, o prazo de produção de uma prótese é no mínimo de 6 meses, desde o momento em que o paciente é atendido para tirar suas medidas até receber a prótese. No caso das crianças, muitas vezes, quando a prótese fica pronta, ela já não serve mais.

Hoje, qualquer pessoa que tenha uma impressora 3D pode se inscrever como voluntária e baixar o código aberto de programação, proibido para fins comerciais. O voluntário fica responsável pela doação do material, pela mão de obra e, claro, pelos eventuais custos relacionados à impressora.

É a democratização do acesso e a redução do tempo e do custo. Quando tecnologia e propósito se unem, o resultado é lindo de se ver e divulgar.

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