O que são cidades inteligentes?
São cidades que adotam políticas públicas conectadas ao desenvolvimento tecnológico com o intuito de melhorar a infraestrutura, tornar centros urbanos mais eficientes e, principalmente, melhorar a vida das pessoas.
E aí, quando a gente pesquisa quais são as cidades mais inteligentes do mundo, dificilmente encontra uma representante brasileira.
Olha só a lista da Forbes desse ano:
Cidades inteligentes – Forbes 2018
- Nova Iorque (Estados Unidos)
- Londres (Inglaterra)
- Paris (França)
- Toquio (Japão)
- Reiquiavique (Islândia)
Os critérios são os mais variados: são avaliados desde indicadores sobre o desenvolvimento do capital humano até o cruzamento de soluções de conectividade para resolver questões ligadas à sustentabilidade, mobilidade, infraestrutura, segurança, educação…
A primeira cidade da América Latina que aparece na lista é Buenos Aires (Argentina) na 76a colocação. São Paulo (a melhor colocada brasileira) está só no 116o lugar.
Mas o que chama atenção e não é um problema exclusivo nosso é que: os governos ainda vivem a era analógica, enquanto a sociedade se tornou digital. E aí um avança em velocidade linear, o outro é exponencial. O descompasso é enorme e a pressão tecnológica também.
Tanto que as regulações e leis parecem sempre atrasadas e ficam correndo atrás do prejuízo quando o uso da tecnologia de alguma forma ameaça a segurança, a privacidade ou a ordem.
Solução? A atualização de mindset a favor da agilidade e da descentralização de responsabilidades ((direitos e deveres)) com a sociedade civil representada pelas universidades, pelo terceiro setor, pelos líderes empresariais e empreendedores. Enfim, por todos que têm acesso à conectividade.
O primeiro passo para isso é a abertura de dados: transparência crucial para a busca de soluções que resolvam problemas públicos com consistência.
O custo da inovação vem caindo e se a gente observar, as empresas mais poderosas do mundo não nasceram com muito dinheiro. Nasceram, sim, para resolver alguma dor, algum problema latente.
Isso vem acontecendo aqui em São Paulo em relação ao trânsito e ao transporte público com a abertura de dados da SPTrans e da CET, estimulando a criação de projetos que melhorem a mobilidade na cidade, segundo eu conversei com o Secretário de Inovação e Tecnologia Daniel Annemberg.
O cruzamento de dados com a tecnologia digital nos permite analisar problemas, definir padrões, propor mudanças com mais rapidez e menor custo.
Outra solução é a convergência tecnológica. Até pouco tempo a gente via cada empresa/startup como uma ilha criando suas próprias tecnologias isoladamente. E agora, a integração, a parceria e o compartilhamento até mesmo de infraestrutura mostra que juntas elas são mais potentes.
Então, já é comum nas cidades inteligentes a gente ver sensores integrados a câmeras, a redes de telecomunicação, à inteligência artificial e até a sistemas de iluminação…
Essa semana eu conversei com o Presidente da Signify – Americas – e ele que costumava produzir lâmpadas, agora têm no horizonte da empresa metas relacionadas à sustentabilidade (responsabilidade de reduzir o consumo de energia), metas de segurança pública e até de redução de custo da gestão de uma operação que é pública.
E eu não estou falando de privatização dos serviços públicos. Eu estou falando da criação de um ecossistema que valorize a excelência tecnológica para melhorar a qualidade de vida das pessoas.