Por Patricia Travassos
Convergência tecnológica que impulsiona a transformação digital e norteia estratégias de marca na indústria do entretenimento… (como disse Guga Stocco, em sua palestra sobre 2025).
Convergência entre pessoas para gerar troca de experiências, colaboração e potencializar ideias, criações (como destacou o cofundador do SXSW Louis Black no painel-mais-rasgação-de-seda do evento).
Convergência de plataformas para gerar tráfego de consumidores ávidos por conteúdos criativos que se complementem em diversos formatos (como descreveu João Mesquita, CEO da Globoplay).
A convergência é a principal estratégia da Rede Globo para reagir ao crescimento do streaming global. Mesquita lotou a plateia com quem compartilhou um pouco dos planos da gigante brasileira que se gaba exatamente por ser daqui. Ok, o sotaque de Portugal do executivo provocou risos nessa hora, mas ele soube brincar com a situação esbanjando carisma.
O CEO admitiu que, embora a hegemonia da Globo ainda seja real na TV aberta e na TV a cabo brasileira, não se pode mais desprezar a mudança de hábito da população que, cada vez mais, quer assistir conteúdo on demand. Na tentativa de se impor diante da Netflix, a Rede Globo também está investindo pesado na programação disponibilizada no streaming Globoplay. Licenciou sucessos americanos como The Good Doctor e Handmade’s Tale. Está produzindo séries exclusivas para a plataforma digital e usando a força da rede para promover esta programação diferenciada, mais nichada e, até mesmo, mais sofisticada do que a oferecida em canal aberto.
O executivo reconhece que no presente e no futuro terá que investir como nunca, embora não tenha mais a menor perspectiva de faturar como no passado. Mas ele acredita na potência da marca e aproveita para alfinetar com muita ironia a concorrente: diz que terá ao menos 31 produções originais nos próximos 2 anos (a Netflix anunciou ontem 30 originais brasileiros) e exalta o conhecimento da Globo sobre a cultura brasileira como uma vantagem competitiva difícil de superar com filmes coreanos (como os títulos que a Netflix tem no catálogo).
Bom, a briga entre Rede Globo e Netflix promete! E só quem tem a ganhar é o espectador!
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