Entre as personalidades marcantes presentes no documentário “Plurais”, destaca-se Rita von Hunty, alter ego do professor, ator e palestrante Guilherme Terreri. Com uma abordagem que combina didática, arte e provocação, Rita tornou-se uma referência no debate sobre política, gênero, sociologia e marxismo no Brasil. Sua presença em “Plurais” reforça o compromisso do filme em abordar a diversidade como um ponto central para o entendimento de quem somos enquanto sociedade.
Do Teatro à Militância Drag
Nascido em Ribeirão Preto, Guilherme é formado em Artes Cênicas pela UNIRIO e em Letras pela USP. Sua trajetória foi moldada por experiências pessoais profundas, incluindo a perda da mãe em 2012, o que o levou a abraçar o teatro e, posteriormente, o universo das drag queens. Em 2013, surgiu Rita von Hunty, uma persona criada para desconstruir estereótipos e questionar normas sociais.
Rita combina elementos aparentemente contraditórios: uma drag queen que dissemina ideias marxistas, vestida com uma imagem inspirada na conservadora Margaret Thatcher. Guilherme explica que essa escolha é intencionalmente provocativa, levando o público a refletir sobre as contradições da sociedade e dos sistemas que nos regem.
Educação e Reflexão
Com seu canal no YouTube, “Tempero Drag”, criado inicialmente para falar sobre veganismo, Rita ampliou seu alcance para abordar marxismo, literatura, sociologia e política de forma acessível e educativa. Além disso, desde 2019, escreve uma coluna quinzenal para a CartaCapital, consolidando-se como uma voz relevante no cenário intelectual brasileiro.
Em “Plurais”, Rita compartilha reflexões sobre gênero, identidade e a construção social de papéis que definem quem somos. Um dos trechos mais impactantes do documentário mostra a fala de Rita sobre como a feminilidade é percebida e até “comprada” na sociedade contemporânea, um conceito que questiona os valores atribuídos a gêneros e papéis sociais.
Provocação como Arte
Rita não se apresenta apenas como uma figura pedagógica; ela é uma provocadora artística. Sua abordagem desconstrói certezas e desafia preconceitos, mostrando que o feminino e o masculino não são atributos exclusivos de um gênero, mas sim construções sociais fluidas. Essa perspectiva ecoa de maneira poderosa no documentário, ampliando a discussão sobre diversidade e identidade.
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