Por Patricia Travassos
O que é nomadismo digital?
É um movimento que propõe unir o útil ao agradável. Imagine a possibilidade de viajar pelo mundo e trabalhar ao mesmo tempo? E aí, eu não estou falando de empregos quebra-galho para garantir as despesas de viagem pagas, como faziam os antigos mochileiros. A ideia aqui é desenvolver uma carreira, manter até mesmo empregos, aproveitando a flexibilidade que a internet nos trouxe para se trabalhar remotamente. E aí você pode estar no escritório, em casa ou em alguma paisagem paradisíaca pelo mundo.
Outra ferramenta que viabiliza todo esse movimento são as plataformas digitais que recrutam freelancers e permitem que você realize e entregue o seu job de qualquer lugar e, de quebra, agregue repertório cultural à sua formação profissional e pessoal.
Critérios para escolha de local:
- Paisagem inspiradora
- Baixo custo de vida
- Internet rápida
Desse modo, alguns lugares já se transformaram nas capitais do nomadismo digital:
- Chiang Mai (Tailândia)
- Joanesburgo (África do Sul)
- Sófia (Bulgária)
- Medelin (Colômbia)
- Florianópolis (Brasil)
Por que esses lugares fazem tanto sucesso entre os Nômades Digitais?
Porque eles criaram uma cena de integração entre os nômades digitais que promove encontros e workshops que motivam o networking e as parcerias internacionais de trabalho.
Já tem até hotel apostando nesse nicho de profissionais que enquanto desenvolvem algum projeto, passam 2 ou 3 meses hospedados em qualquer parte do mundo. Eu conversei com a Flávia Lorenzetti que está liderando a vinda do Hotel Selina para o Brasil – uma bandeira já estabelecida em 28 cidades da América Central – que, para atender a esse público, oferece um misto de modelos de hospedagem: o preço do Airbnb, mais a versatilidade dos hostels (com quartos coletivos que custam 10 dólares a diária até 300 dólares em quartos privativos) e ainda oferece os serviços de hotel.
Além disso, esses hotéis oferecem área de coworking dentro do hotel e, o mais interessante: a possibilidade de o hóspede compartilhar seus talentos promovendo cursos para a comunidade local em troca de desconto na hospedagem. Isto porque, estes viajantes estão em busca de experiências genuínas. Então, quando você entra no site para reservar sua hospedagem, é possível se inscrever para dar aulas de idioma, música, culinária ou mesmo participar de trabalhos voluntário, construindo ou pintando escolas na comunidade local, onde o hotel está inserido. E em muitos casos, ainda é possível conseguir um abatimento na hospedagem.
O Cadu Cassaú é um nômade digital que tem 31 anos e está “pelo mundo” desde 2014 – morou na Austrália (por 8 meses), na Tailândia (3 meses), Índia (2 meses), Nepal (15 dias), Malásia (2 meses) e Nova Zelândia (10 meses). Agora, ele está no Brasil (veio matar a saudade da família) mas, já está de malas prontas para a Europa.
Ao longo desse período, ele que é biólogo de formação, se tornou videomaker e influenciador digital. Hoje, ele tem inclusive um curso de 45 aulas na internet sobre “Como se tornar um Nômade Digital”. É um curso pago, e claro ajuda a custear essa opção de vida super independente do Cadu.
Aposto que por algum momento durante a leitura desse texto, você ficou com vontade de embarcar nesse movimento. Eu fiquei!
Assista ao vídeo com o comentário de Patricia Travassos no Globonews em Ponto.